terça-feira, 17 de agosto de 2010

Blasê

Por aqui o inverno chegou mais tarde e ficou. Tenho desejos, vontades e nenhum sentimento. Como um bicho, me aproximo da presa lentamente, como quem não quer nada, ouso até uma conversa para acalma-la antes de abocanhar mas...no meio da conversa aborto, mudo de planos. Desdenho.
Neva por aqui, o vento é frio e gelado. Não sinto minhas mãos e não ouso tocar nada para que não a quebre. Meus pés congelam e me levam a lugar algum, meu coração pulsa como músculo que é nada além. Se perder o vazio é empobrecer, sou rica no meio do nada, onde nada me abala.
Mas me abalaria se o sol saísse agora, me incomodaria ter de tirar tantas blusas e dar um abraço, me descongelaria ver alguém correndo em minha direção de braços abertos e cabelos ao vento.
Fraquezas ou ilusões?
Sonhos não necessariamente se realizam. Oras, venhamos e convenhamos que ser o "Jaspion" nunca vai acontecer. Venhamos e convenhamos que ser feliz no amor também não. E por mais que eu quisesse realizar este sonho, todo mundo sabe que o Jaspion só existe na tv e o verdadeiro amor tá na Disney.
Quem mantém o verão é o sol e ele está lá todos os dias, mesmo em dias de inverno. Mas quem mantém o inverno, sendo q mesmo com o Sol o dia é frio? Creio que eu mantenho meu próprio inverno e faço dele verbo pra que se conjugue: Eu inverno, ele/ela invernam , nós invernamos.
Me reesfrio a medida em que esquento e esquentei tanto por vezes que hoje sou como pedra, dura por fora quente por dentro. Desacreditada, dramaturgica, insensível... blasê. Demode .

Nenhum comentário: