quarta-feira, 16 de julho de 2008

Afonso, um morto em vida!

Desde o dia 20 de outubro de 1983, quando nasci, me pergunto, porque minha mãe resolveu me dar este nome, Afonso, é ...eu sei que não é o nome mais bonito, mas ao longo da vida você se acostuma.Uma tarde ensolarada, no meio do caos da semana eu cheguei, como diz minha tia avó: “ nunca me esqueço, estava com sua mãe assistindo TV quando a bolsa estourou...” É...Ela repete isso há 24 anos, vinte e quatro. Sou o mais novo de todos os meus quinze primos e me lembro de ser o mais mimado também, acontece.Nascer deve ser lindo, até hoje eu queria poder lembrar, mas é isso. Aqui estou 24 anos depois do grande dia do meu nascimento em um dia de nostalgia.

Mal entrei na escola e já fui chutado “vai pro fundo lingüiça!”. Prazer Afonso,mas conhecido com lingüiça.Eles me odiavam, agora choram, tem até a Carlinha que fez questão de levar meu primeiro dente quebrado e jogar no meio do grande buraco. Maldito Ismael, só porque eu era pequeno me rasgava as cuecas, roubava meu lanche, se fudeu, agora quem assombra sou eu e os 7 palmos amais que ele tinha agora são meus!

Uma historia muito engraçada, foi um dia depois do trabalho lá no escritório, que eu e mais cinco amigos fomos para um Happy hour... Quase não lembro de nada. Eu ainda não sabia beber naquela época, ficava bêbado com dois copos de chopp. Um amigo meu, o Zé, conheceu uma garota, disse q estava apaixonado por ela e pediu ela em casamento no meio do pessoal, até hoje acho que essa foi uma das cenas mais bonitas e engraçadas que vi, engraçada porque depois que ela disse sim, ele virou pro lado e beijou a loira que trabalhava com a gente. Sinto saudades da galera, esse novo trabalho me deixa muito cansado, preciso marcar outro happy hour com os antigos colegas de trabalho.

Tá legal, eu sou sempre o perdido, minha única mulher era minha mãe “Afonso onde é que você se meteu?” e pra responder? “ Fiquei trabalhando até as 11 e não meto a 28 anos mamãe”. Chega, que era isso? Que vida era essa? Foi ai que eu resolvi mudar. “ Agora eu quero meter, agora eu quero dar” Vai Afonso, se mata. Se eu soubesse que ser morto era tão bom já tava morto desde o nascimento. O julgamento é daqui a pouco tenho que justificar as casadas que descasei , solteiras que engravidei e as garotas de programa que deixei de pagar.

Terça feira da semana passada fui a casa de um casal de amigos, um casal de amigos bem porra-louca, eu nunca vi tanta droga junta e como sempre tive curiosidade.Ai a famosa cocaína ...Experimentei.Foi como se de repente alguma alma passasse por mim e arrepiasse até o ultimo fio de cabelo meu, em seguida me senti o cara mais legal, bonito e poderoso do mundo. Drogas me assustam, e prometi a mim mesmo ( hoje de manha em frente ao espelho) que vou parar com isso, maconha tudo bem. A vida passa e se eu não me cuidar vou com ela. Só não largo minhas loiras ( a cerveja e Valentina) por nada, porque bebedeira e amor fazem bem pra vida.

Mas aqui é bem melhor, não tenho que avisar que eu vou sair e nem pedir permissão pra trair aquilo que eu chamava de mulher. Alias o que é uma mulher? Aqui elas são quentes, algumas não tem dentes, mas estas ninguém merece. Elas são lindas, andam de cinta liga, tem seu próprio arem, traem seus maridos e lhe roubam seus cartões. Mas não tem só mulher, tem homem também .Alias por um certo tempo fiquei tão decepcionado que eu até tentei. Ah eu já to morto mesmo, virei de ladinho e menina “ vai bem devagarzinho!” O que mais tem é chifrudo, o lugar quente, só vi calor assim quando fui pra salvador, fui a trabalho, mas trabalho mesmo só fora do horário.

Voltei tarde aquele dia, andei sem rumo, andei até parar em frente a um tipo de danceteria, boate , discoteca, balada, ok ... Eu fui numa casa de swing. Todas aquelas mulheres com corpos esculturais e eu pensando nela. Strippers quase sem roupas esperando por uma proposta indecente e prazerosa e eu pensando nela. Três, quatro casais me pararam propondo sexo a três ( dois casais de meninas – prato cheio para qualquer homem) e eu...logicamente pensando nela. Virei meu drink paguei a conta, acendi um cigarro e deixei aquele lugar, comecei então o caminho de volta pra casa. Ah! Casa da minha mãe, “ preciso de colo”.

La em casa a família era punição. Se Jeová me castigar com certeza vai me mandar de volta pro exercito da salvação (sogra, sogro e o maldito cachorro que cismava em urinar nas minhas calças). Minha mãe vivia querendo me ensinar a beijar e juro que um dia eu deixei mas como o Diabo é o rei ele vai me perdoar. Puta que calor! Morrer é assustador, mais não tem nada pior do que seu pai perguntando porque você ta usando o sutiã da sua Irma sem ter pedido emprestado. Qualé, tá tudo em casa, família é pra essas coisas , tem que apoiar e não deixar cair!

Nunca gostei de mentiras, mas aceito a condição de não ouvir de Valentina a historia que explica tudo isso. Menti dizendo a ela que não sabia quem tinha aberto sua correspondência, “ deve ter sido seu Manuel minha querida” e ela mentiu dizendo que era só um exame de rotina” não é nada demais!” Minto porque a amo e sei que a verdade vai machucá-la mais agora , é...A vida tem dado mil e uma voltas nos últimos dias, é mentir para não sofrer.

Fui acender o baseado no fogão, o gás estava ligado e foi a maior explosão. Foi por isso que eu morri,mas não foi por isso que eu to no inferno. Não paguei os atrasados, não fui fiel a quem me amou, não fui o aluno nota 10, não fui o orgulho do Brasil. Mas vou te contar, se eu soubesse que o inferno era tão convencional, tinha ficado mesmo na terra, tinha feito mais promessa, tinha me endividado mais na Daslu, e principalmente tinha pedido pra minha mãe enfiar mais o dedo no cú... Ham no dela...claro!

Um comentário:

Gabriela disse...

sério, escrever é divertido, mas inventar temas, tomar vinho e escrever alternando os assuntos contigo é BEM mais! hahaha

beijo, perninha.