Ser um Vencedor é relativo

Já dei circulos, usei metáforas e pleonasmos e ainda nao consegui acertar a flecha no alvo. Não precisa ser necessariamente no centro, apenas queria acertar. Mas pra isso é preciso treino e quem disse que eu treino? Quem tem interesse sabe que eu sou atleta, corro 200 metros em menos de duas ligações diarias, atiro e destruo pratos antes mesmo da refeição acabar, salto mais alto do que se pode imaginar antes mesmo que tentem me dizer as regras do jogo ou me aprisionar. Nunca tive tempo, cara companheira, de permanecer atras da linha amarela até que o tiro fosse dado, até que as regras fossem ditas, até que a ansiedade não me consumisse. Cortava os cabelos para nao cortar a lingua de atletas que ficavam e continuam ficando sempre pra trás. Subo ao pódio sempre e das duas vezes que não subi, acabei por capotar na pista e bater de frente com as grades de proteção. Uma das vezes peguei o adversario vencedor desprevinido e cortei lhe o coração por vingança, da outra sangrei...acabei indo parar no hospital e até hoje me lembro com raiva e um pouco de aprendizado em ter me deixado levar pela ausencia de orgulho de querer vencer sempre e não vi que o carro estava a me fechar. Só pude ver meu mundo girar. Depois de muito tempo, hoje já recuperada, nunca mais dirigi induzida pelo trauma. Sempre que passo perto de um carro de corrida penso "esse esporte não participo nunca mais" e me dirijo a quadra poli esportiva onde posso dar piruetas e mais piruetas. E assim vou fazendo companheira, me deito as noites e reparo no sentido que a vida tem, aprendendo a girar com o mundo para um dia girar com ele. Um dia quero correr de novo, sei que vou, mas hoje ainda nao. Talvez num dia qualquer, sem pretensão, sem as minhas regras eu consiga seguir outras.
Quando o sentimento de posse e vitória me permitirem perder e chorar com glória.
Enquanto isso eu "levo a vida devagar, pra nao faltar amor!"